quarta-feira, 17 de setembro de 2008

CPI do Satiagraha, Operação do Grampo, quê?

Olá, pessoas que restaram...

Depois de um tempão sem postar, volto eu aqui com tempo para escrever qualquer coisa. E aproveitando a onda de escândalos no país, hoje falarei dos assuntos em voga: Operação Satiagraha e os Grampos da ABIN.

Só pra deixar alguns fatos atuais antes de começar minha aula[?] de atualidades[??], gostaria de citar a bagunça que está nossa economia com um suposto renascimento econômico dos EUA, e problemas sérios com o governo da Bolívia, mais uma guerrinha de esquerda-direita onde os mais fracos que se ferram (ontem ouvi sobre 15 mortes na CBN, hoje de manhã já ouvi 30 na Globo...).

Vamos lá. Primeiramente, Satiagraha é uma operação da nossa Polícia Federal que está correndo atrás de banqueiros safados e outros malandros que desde 2004 estavam num ninho de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, desvio de verbas públicas e formação de quadrilha. Foram investigados, e juntando as provas, foram encaminhadas para o Ministério Público avaliar se gerará um processo criminal ou não. Segue lista de pessoas que foram, pelo menos, detidas por alguns dias:

"Entre os detidos na operação chefiada pelo delegado Protógenes Queiroz figuram no grupo do Opportunity (OPP) o banqueiro Daniel Dantas, seu controlador, sua irmã Verônica Dantas, e seu ex-cunhado e dirigente do OPP, Carlos Rodenburg, o diretor Arthur de Carvalho, o presidente do grupo Opportunity, Dório Ferman, a diretora jurídica Daniele Silbergleid Ninio; a advogada Maria Amália Coutrim; e o empregado Rodrigo Bhering. No grupo de Nahas, foram presos, além do próprio especulador Naji Nahas, Fernando Nahas (filho), Maria do Carmo Antunes Jannini, Antonio Moreira Dias Filho, Roberto Sande Caldeira Bastos, os doleiros Carmine Enrique, Carmine Enrique Filho, Miguel Jurno Neto, Lúcio Bolonha Funaro e Marco Ernest Matalon e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, cliente dos mesmos doleiros, o qual teve suas operações financeiras ilegais interceptadas pela PF." (Várias fontes)

Bom, detidas por "alguns dias", porque ricos, no Brasil (ou será não só aqui?), não ficam na cadeia. Não. Pra isso inventaram o habeas corpus... Em latim significa "Que tenhas o teu corpo" (expressão completa seria habeas corpus ad subjiciendum), mas em português brasileiro significa "solte o cara, ele tem grana". Solta, prende, solta-prende-solta, no final, quem ficará na cadeia serão só os laranjas da história.

O mais legal é ver o Celso Pitta envolvido em mais uma traquinagem federal. Mais uma prova que assim como "quem não cola, não sai da escola", "quem tem grana, não entra em cana"! Esse está no caminho do Maluf, um dia ele chega lá.

Antes de pular fora deste assunto e partir para o adendo que é a CPI dos Grampos, deixar uma informação pra complementar essa discussão. Satiagraha é um termo em sânscrito que foi utilizado por Gandhi para sua guerra pacífica de libertação da Índia. Assim, o termo original Satyagraha significa "firmeza na verdade" ou "firmeza de verdade", o princípio da não-agressão, ou uma forma não-violenta de protesto, como um meio de revolução.

Agora, essa nova CPI, estou achando uma farra. E os amantes das ilegalidades e gambiarras da Constituição também.... e para eles, no bom sentido. O que acontece é que a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) utilizou-se de seus aparelhamentos para fazer escutas não autorizadas de diversas autoridades e suspeitos em crimes afora. Até aí, nem ligo, mas essas informações começaram a vazar. Foram vendidas algumas escutas para revistas, detetives particulares, e até foram usadas como provas em inquéritos dos mais diversos fins, mesmo sendo de origem ilegal.

Com essa CPI, pretendem afastar os culpados dessa bagunça, mas o problema ainda está por vir: vão criar diversas barreiras para esse tipo de investigação de telefonemas. Ou seja, quem faz sujeira pelo telefone vai se dar bem no final dessa bagunça.

Em meados disso, a Operação Satiagraha corre risco de ir por "cachoeira abaixo", pois certas provas do inquérito são de origem da ABIN, e talvez nem todas legalmente obtidas (por meio de autorização judicial).

Uma coisa que parece ser muita coincidência, mas talvez nem tanto.Ainda tem muita gente por trás de muita poeira debaixo do tapete esperando ser levantada. E quando for, estarei aqui pra comentar.

Até a próxima!